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14/01/2008

Cães fazem ioga com donos em feira no Japão




Cachorros praticam ioga com os donos em feira em Tóquio (Foto: Yoshikazu Tsuno/AFP


Há cinco anos, o veterinário recomendou aos donos de Manfred que o cobrissem porque ele sentia frio, e hoje este cachorro sueco apresentou seus últimos modelos de casacos na semana de moda canina de Tóquio, entre eles uma peça de US$ 25 mil (quase R$ 45 mil).

"Manfred of Sweden" é a empresa de Ann e Björn Gärdsby, uma das muitas companhias que durante a última meia década aproveitaram o "boom" que inundou o mercado de serviços e acessórios para animais de estimação.

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Um comércio em constante ascensão que gera bastante lucro e vem elevando o status dos animais domésticos a níveis inimagináveis.

Uma cerimônia em Tóquio, realizada neste fim de semana, cedeu espaço a empresas que vendem aspiradores especiais para recolher resíduos, professores de ioga ou estúdios fotográficos para cães.

Mas o evento que mais atraiu público foi o desfile de moda canina no qual oito empresas - européias, americanas e japonesas - apresentaram suas criações de nomes como "J'adore", "Bad Girl Bad Boy" e "Metallic Rasta Jacket".

Os modelos desfilaram acompanhados de seres humanos, que atuavam como se o alvo das câmeras fossem eles, e não os cachorros que carregavam nos braços ou presos em coleiras.
Ao lado da passarela, jornalistas faziam anotações e fotografavam, como em um desfile de moda para humanos. Björn Gärdsby começou a fazer parte desse mundo há cinco anos quando abandonou o meio musical e, aproveitando um resfriado de Manfred, lançou uma empresa que hoje está presente em Nova York, Milão, Londres, Paris e Tóquio.

"Este cachorro da fotografia beijou mais meninas bonitas e famosas que você e eu juntos", afirmou Gärdsby.

O esperto empresário sueco e sua mulher - que desenha as peças - concentraram-se no sucesso deste mercado, e recentemente lançaram uma coleção de casacos de pele para cães cravejados de cristais Swarowski.

"As pessoas trabalham muito e não têm tempo para ter filhos, por isso amam seus cachorros. Às vezes, gastam mais dinheiro com seus animais de estimação do que com elas mesmas", disse Björn Gärdsby.

Este fenômeno sociológico é particularmente evidente no Japão.
No país, que possui um dos maiores índices de solidão do mundo, os acessórios e serviços para cachorros são comuns.

Em Tóquio, por exemplo, no centro comercial Midtown, o mais moderno e luxuoso da cidade, há um salão de beleza para cães e, em muitos lugares, pode-se alugar um cachorro de companhia por cerca de 12 euros.

Os japoneses acostumaram os cachorros à vida cheia de complementos, eletrodomésticos e outros aparelhos urbanos, educando-os para levarem o ritmo de vida de um país ultramoderno.
Por exemplo, na cerimônia realizada na semana passada, professores de ioga ensinavam os donos a levar seus cachorros a uma variante das aulas deste exercício oriental, que aumentariam os laços entre dono e animal de estimação.

A maior parte do público que participou da festa, celebrada em um dos mais importantes centros de exposições e feiras da capital japonesa, levou consigo seus mascotes nos braços, presos em coleiras e, em muitos casos, dentro de carrinhos parecidos com os de bebês. A vida do cachorro urbano no Japão passou de uma chateação para os donos, cada vez que eram obrigados a levá-los para fazer suas necessidades, ao status em que agora eles levam seus cãezinhos de táxis para salões de beleza.

G1.globo








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