Cadela de oito anos da raça labrador, Luna dá trabalho à dona, Deonice Trombetta, quando vai ao consultório veterinário
Luna é uma labradora de oito anos, Twiggy, um poodle toy de cinco, e Mel, uma dálmata de seis. De raças, portes e temperamentos bem diferentes, os três têm ao menos uma coisa em comum: medo intenso de veterinários.Basta chegarem ao consultório, às vezes já no meio do caminho, que começam a tremer, arfar, colocam o rabo entre as patas traseiras e chegam a ficar agressivos. Luna corre para trás das pernas de sua dona, a criadora de cães Deonice Trombetta, 56, só de ver o jaleco branco do doutor. "Na hora de por em cima da mesa, então, é um verdadeiro escândalo. Ela olha com uma cara de 'eu não acredito que você vai fazer isso comigo' e fica difícil não sentir dó."
O que é considerado por muitos um comportamento normal dos animais poderia não existir se os donos trabalhassem melhor as visitas ao "homem de branco". Em geral, as pessoas só levam os bichos ao veterinário para tomar vacinas ou em caso de doença, fazendo com que os encontros pareçam sempre desagradáveis.
Para Mel, a dálmata da advogada Claudia Inês Kagan, 38, o trauma veio de um acidente quando ainda era filhote. Ela foi comprada quando estava em uma gaiola. A dona acredita que esse foi um dos fatores para o pânico. Além disso, aos oito anos de idade, a cadela passou por uma cirurgia na pata depois que se enganchou no ferro de um banco de praça. "Tudo isso contribuiu bastante para ela não gostar de ir até lá."
Os próprios veterinários acreditam que situações como essas explicam a fobia. Mas a principal memória do animal está associada ao olfato. Mauro Anselmo Alves, veterinário que cuida de Luna, diz que o cheiro de alguns medicamentos ou o exalado por outros cães aflitos podem fazer com que o bicho sinta que vai levar uma picada chata ou ter a orelha limpa. "Está desencadeado o medo", explica.Segundo ele, uma parcela significativa dos animais tem medo porque o próprio dono do bicho teme uma ida ao consultório.
Sinais de fraquezaVeterinários e adestradores explicam que, além da associação ao incômodo e à dor, os donos também tendem a reagir ao medo do animal de uma maneira que o deixa ainda mais inseguro.
"Ao ver o animal com medo, as pessoas reagem com compaixão, dizendo frases como:
'Cachorrinho, está tudo bem, viu? Não vai doer, ele é amigo'. O cão percebe o tom de insegurança na voz do dono. Ou seja, ele vê o seu líder mostrando sinais de fraqueza", diz Dennis Martin, adestrador e membro do British Institute of Professional Dog Trainers (entidade britânica de treinadores de cães).
Uma situação desse tipo pode levar o animal a ficar agressivo e querer atacar o veterinário, o que não passa de uma ação em legítima defesa, no esquema "ou mordo ou morro". Da última vez que Twiggy esteve no consultório para examinar um caroço em seu corpo, a estudante de ciências sociais Bárbara Brogelli, 19, e seu namorado tiveram que montar uma verdadeira operação especial. "Ele começou a rosnar e avançar.
Acabei tendo de descrever para o veterinário o que eu sentia apalpando o corpo dele, já que ele não deixou mesmo que fizessem o exame direito."Além da escolha de um veterinário que pareça simpático tanto ao dono quanto ao animal, uma boa dica é acostumar o bicho ao consultório desde filhote. A melhor época para isso é a fase de habituação (acostumar-se com objetos e lugares) e socialização (acostumar-se com pessoas), que começa a partir dos dois meses de vida. "Leve o bicho para dar uma volta no veterinário. Antes mesmo das primeiras vacinas, só para que ele se familiarize ", diz Mauro.
Para quem não sabe como agir na hora da consulta e tem vontade de consolar o animal, vale o velho ditado: muito ajuda quem não atrapalha. Na maioria das vezes, dono calado pode ser um bom remédio para o medo.
Entenda a fobia de veterinárioSintomas (provocados por medo ou estresse)- Tremer, colocar o rabo entre as pernas, arfar, babar demais, urinar, ficar imóvel, estar com orelhas baixas, tentar se esconder, latir, rosnar ou morder.
O que fazer- Escolha um veterinário simpático a você e ao animal. Visite a clínica antes, para ver se ela o deixa seguro.- Acostume o animal a ir ao veterinário desde filhote, para experiências agradáveis como comprar um petisco ou um brinquedo, e não apenas para consultas ou vacinas.-
Procure marcar hora para que o cão não espere em um ambiente estranho e perto de outros animais com medo.- Evite frases como ''não vai doer'' e ''ele é amigo'' em tom inseguro.- Não dê mais atenção, mesmo que seja por meio de bronca, quando ele tiver comportamentos negativos, como fugir, morder ou rosnar.
- Se o bicho estiver muito nervoso, o veterinário pode usar produtos fitoterápicos ou o DAP ("Dog Appeasing Pheromone"), feromônio apaziguador, um produto sintético que imita substância exalada pelas mães quando amamentam filhotes.
Revista FolhaFontes: Dennis Martin (adestrador), Mauro Anselmo Alves (veterinário) e o livro "Como Fazer Seu Cachorro Feliz", de Andrea McHugh (editora Larousse, R$ 22, 160 págs.)
Um comentário:
Oi Alice!! qnto tempo! vou pra Santos no domingo sim! vou estar com o Roberto por lá! =)
Pena q nao vou poder levar o Chacal pq é muito longe! heheh... bom quem sabe né!?... rsrs..
Vai ser muito legal ver um montão de cãezinhos juntos!! hehe..
Até lá!!!
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